RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)
A maior fracção do nosso "lixo", é a matéria orgânica
( que corresponde a cerca de 35 % dos Resíduos Sólidos Urbanos),
que é constituída essencialmente, por restos de comida e/ou resíduos
do quintal. Neste grupo não se incluem resíduos líquidos, como
efluentes de esgotos e outros líquidos de pequenos estabelecimentos
comerciais.
Os impactes destes resíduos são de vários níveis: desde a
poluição visual e olfactiva do lixo não recolhido e deitado fora
dos locais apropriados, até à poluição dos lençóis subterrâneos
e linhas superficiais de água.
Os mais sérios impactes na saúde pública e no ambiente,
encontram-se os provocados pelas águas lixiviadas, provenientes de
lixeiras ou aterros mal geridos, e pelos gases provenientes da
queima da resíduos em lixeiras.
Há que referir também os impactes a longo prazo, também
muito importantes, que têm a ver com uma má gestão dos recursos
naturais, provocados pela sociedade de consumo/desperdício. Estes
recursos são finitos e enquanto se continuar a enterrar e a queimar
os resíduos, que são recursos transformados, a sobrevivência do
ser humano estará comprometida no futuro.
Assim é necessário uma mudança de atitude perante estes
recursos caminhando em direcção a uma gestão dos mesmos. Então
haverá um sistema que dará preferência aos produtos reutilizáveis
em primeiro lugar e aos recicláveis, sempre na visão de uma redução
do recurso a substâncias tóxicas e perigosas.
Fig.2
- "Vamos acabar com isto"
Como
já foi referido anteriormente, foi elaborado em 1996 e aprovado o
Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU)
De acordo com o PERSU, a quantidade anual deste tipo de resíduos
a que é necessário dar destino em Portugal, foi de 3.34 milhões
de toneladas em 1995, prevendo-se a sua progressão, em 10
anos, para 4.49 milhões de toneladas.
A educação e a sensibilização ambiental, os possíveis
re-arranjos institucionais que se venham a formar, o adequado acompanhamento técnico e monitorização
ambiental dos sistemas e a boa articulação e regulação dos múltiplos
agentes constituem factores-chave de sucesso na implantação deste
Plano.
As acções deste Plano encontram-se subordinadas a uma selecção
hierarquizada de prioridades:
1ª prioridade - Prevenção
2ª prioridade - Limpeza do País
3ª prioridade - Educação
4ª prioridade - Reciclagem
5ª prioridade - Mercado de resíduos
6ª prioridade - Monitorização
Em paralelo, serão postas
em execução as seguintes regras ou acções:
>
A adopção do princípio poluidor-pagador através do pagamento,
pelos utentes, dos serviços de recolha, transporte e tratamento de
resíduos;
>
O reforço da reciclagem através da dinamização das recolhas
selectivas e do estímulo da capacidade e vocação recicladora das
fileiras de materiais;
>
A implantação das infra-estruturas de tratamento com valorização
energética (incineração) e orgânica (compostagem);
>
O confinamento dos "últimos" resíduos, aqueles que não podem
ter outro destino, em aterros sanitários;
>
O fecho das actuais lixeiras e a sua requalificação ambiental,
logo que os novos equipamentos de tratamento e de deposição
estejam operacionais.
Estes resíduos orgânicos podem ser devidamente valorizados
através da compostagem doméstica, que pode ser realizada nos
quintais das nossas casas ou mesmo dentro de casa.
A compostagem doméstica, enquanto processo de reciclagem,
permite reduzir a quantidade de resíduos produzidos nas nossas
casas, mesmo no caso de quem não tenha quintal, permitindo reduzir
substancialmente a quantidade de matéria orgânica a recolher e a
enviar para aterro pelas câmaras municipais.
Neste caso, tratando-se de um investimento bastante inferior
ao que é necessário realizar no caso da construção de grandes
centrais de compostagem, poderá originar ganhos permanentes como a
redução da quantidade de resíduos a recolher e a tratar ou o
aumento da sensibilização da população para a gestão dos resíduos.
Este processo de "reciclagem" permite valorizar a fracção
orgânica do "lixo" que produzimos em nossa casa, dando origem a
um corrector de solos rico em húmus, designado por composto. A
compostagem ocorre através de um processo natural de degradação
biológica dos resíduos orgânicos domésticos, na presença de
oxigénio. O composto produzido a partir dos resíduos orgânicos é
um agente fertilizante natural que apresenta inúmeras vantagens uma
vez que permite aumentar a capacidade de retenção dos nutrientes e
da água e favorece o
arejamento do solo, o que permite melhorar a produção de culturas.
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