Paragem 1
"LAGE DAS AMONITES"
(Caloviano Médio - Jurássico Médio)
Na praia em frente à antiga
Pedreira Norte.
10 MIN.
Esta laje é o limite entre o Batoniano e o Caloviano, os dois últimos
andares do Jurássico Médio ou Dogger.
Observa-se neste local uma série constituída por calcários
margosos e micríticos bioturbados que alternam com margas
"xistentas" de cor cinzenta-azulada. Alguns níveis revelam-se
muito fossilíferos com espécimes de amonites, belemenites, braquiópodes
e lamelibrânquios, sendo também frequentes fósseis piritosos.
A sedimentação é monótona, repetitiva e característica de
ambientes marinhos.
Desta paragem para as próximas vamos caminhar de ambientes marinhos
para ambientes de transição e, por fim, continentais.
Amonite
Paragem 2
"PEDRA DA NAU"
(Caloviano Superior- Jurássico
Médio)
Junto à escadaria que dá
acesso à praia.
15 MIN.
A Pedra da Nau deve o seu nome à sua configuração se assemelhar
a um barco encalhado que caracteriza a paisagem neste local.
Nesta área encontra-se uma série espessa (com aproximadamente 145
m) composta por calcários margosos e margas, apresentando fósseis
de lamelibrânqios, braquiópodes e crinóides. No topo podem
observar-se calcários pseudolíticos e gresosos com bancos ricos em
polipeiros. A presença
destes fósseis poderá ser indicador de um ambiente marinho recifal.
A passagem ao Jurássico superior põe em evidência uma importante
lacuna à qual se seguem significativos depósitos lacustres e
lagunares que se intercalam com algumas bancadas de fácies marinhas
litoral, correspondentes a três formações litostratigráficas (da
base para o topo): "Complexo Carbonoso", "Calcários Hidráulicos"
e "Camadas marinhas ricas em lamelibrânquios" (Bernardes,
1992).
Pedra da Nau
Calcários pseudolíticos e gresosos
Paragem 3
"COMPLEXO CARBONOSO"
(Oxfordiano Médio a
Superior-Jurássico Superior)
Na praia em frente à fábrica
de cal.
15 MIN.
O Complexo Carbonoso é formado por um conjunto de calcários
margosos e margas de cor cinzenta a verde, massivas, debilmente
laminadas com intercalações de leitos de lignitos. Na sua parte
superior existem bancadas de calcários compactos de arenito
vermelho -amarelado, onde se podem observar pegadas de dinossáurios
carnívoros do género Megalossaurus.
Encontra-se , também ,neste local uma fauna que compreende, entre
outros, bivalves e gastrópodes. Existem, igualmente, fragmentos fósseis
de vegetais.
Margas existentas com intercalações de leitos de lignitos
Pegadas de Megalossaurus (contramolde)
Paragem 4
"CALCÁRIOS HIDRÁULICOS"
(Oxfordiano Médio a Superior-
Jurássico Superior)
Laje do Costado.
15 MIN.
Nesta formação podem ser observados calcários micríticos, algo
margosos, cinzentos-escuros em bancadas espessas alternados com
argilas lignitosas, sobrepostas por margas xistentas betuminosas e
calcários compactos com fendas de dessecação e pegadas de sáurios
carnívoros do género Megalossaurus. Estes fósseis
apresentam-se erodidos, sendo em alguns casos, de difícil observação.
Os calcários margosos que fazem parte desta formação foram
explorados conjuntamente com o Complexo Carbonoso para o fabrico da
cal hidráulica (Pedreira Sul).
Estas duas formações foram agrupadas recentemente com a designação
de Camadas de Vale Verde (Wilson, 1979; Wright, 1985; in
Pinto, 1997).
Fendas de dessecação
Pegada de Megalossaurus
Paragem 5
"CAMADAS RICAS EM
LAMELIBRÂNQUIOS"
(Oxfordiano Médio a Superior-
Jurássico Superior)
Junto ao miradouro da entrada da
fábrica de cal.
10 MIN.
Nesta paragem é possível encontrar depósitos litorais que
evidenciam episódios regressivos na parte superior, onde se
intercalam bancadas de calcários ou calcários margosos ricos em
gastrópodes, braquiópodes e principalmente lamelibrânquios.
Ostrea
sp.
Lumachela de bivalves
Paragem 6
"ARENITOS DA BOA VIAGEM"
(Kimeridgiano a Titoniano- Jurássico
Superior)
Em frente à antiga Associação
Recreativa do Cabo Mondego.
20 MIN.
Este conjunto litológico é constituído por lutitos, arenitos
vermelhos (arcósicos a sub-arcósicos, micáceos), por vezes
conglomeráticos, com intercalações margo-gresosas. Podem também
ser observadas algumas estruturas sedimentares como estratificação
entrecruzada e em ventre, figura de carga (slumping) e marcas de
ondulação (ripple marks).
Estas rochas poderão ter sido originadas num ambiente deltaico,
onde se faziam sentir influências marinhas.
Neste local é possível ainda encontrar numerosos exemplares de
gastrópodes (Turritella sp.). O aspecto caótico dos fósseis
parece evidenciar que se acumularam
durante uma fase de alta energia, talvez uma tempestade. Nas proximidades, podem igualmente observar-se registos
fósseis de actividade animal (pistas).
Arenitos
da Boa Viagem
Turritella sp.
Paragem 7
"ACIDENTE TECTÓNICO - FALHA INVERSA"
Junto ao cemitério de Quiaios.
10 MIN.
Esta falha inversa com eventual actividade quaternária limita o
maciço, a Norte, e coloca em contacto terrenos margo-calcários do
Liásico (Camadas de Coimbra) com areias eólicas quaternárias
(Areias de Cantanhede).
Terá contribuído para o levantamento do bloco meridião e
determinado as formas escarpadas da "escarpa da Bandeira" e
"escarpa da Murtinheira".
Infere-se que esta falha se deve estender provavelmente desde a
Ereira até ao litoral Norte do Cabo Mondego e prolonga-se para a
plataforma continental, apresentando um traçado em arco, com uma
orientação, aproximada, WNW-ESE. No sector ocidental da estrutura
observa-se um pronunciado arqueamento, com a concavidade voltada
para Sul, onde a sua direcção parece inflectir para ENE-WSW.
Esta falha inversa / cavalgante é visível num pequeno areeiro,
junto ao cemitério de Quiaios e apresenta uma atitude média da
ordem dos N75ºE, 72ºS.
Falha
de Quiaios
Paragem 8
"MIRADOURO DA BANDEIRA"
(Batoniano - Jurássico Médio)
10 MIN.
O maciço da Serra da Boa Viagem apresenta-se assimétrico, ou
seja, mais largo a Oeste e torna-se mais estreito para Este.
É de realçar, neste local, a "escarpa da Bandeira" em que há
uma quebra morfológica da vertente setentrional da Serra da Boa
Viagem.
Ao nível dos calcários margosos e margas ocorreu erosão
diferencial, devido à erosão mais fácil destas que dos calcários,
o que originou o
aspecto "de degraus" da escarpa.
Está em contacto com o areal Gandarês (unidades arenosas recentes).
Miradouro
da Bandeira
Paragem 9
"DOLINA DE CEDROS"
A 150 metros da capela de Santo Amaro
10 MIN.
Neste local pode observar-se uma das cerca de 140 dolinas
existentes no cimo da Serra da Boa Viagem, que na sua maioria
possuem forma de funil, resultantes de uma evolução rápida
segundo a vertical.
A Dolina de Cedros é dissimétrica, encontrando-se parcialmente
edificada sobre arenitos do Jurássico Superior. A sua origem e
evolução é consequência da dissolução sofrida pelas espessas camadas de calcários subjacentes, que permitiram o
desenvolvimento de uma carsificação hipogea (abaixo da superfície),
conduzindo à subsidência dos materiais superiores, que foram
absorvidos, após a formação de algares e grutas.
Capela de Santo Amaro (Serra da Boa Viagem)
Paragem 10
"FAROL NOVO"
(Plistocénico - Quaternário)
Em frente ao Farol Novo.
10 MIN.
Os Depósitos de Praia do Farol são de natureza areno-conglomerática
com seixos bem rolados, consolidados com cimento de natureza
carbonatada, correspondentes a uma acumulação de praia. Através
da existência destes depósitos é possível comprovar a ocorrência
de episódios de avanços e recuos do nível do mar (fase regressiva
que ocorreu a partir do Plistocénico Inferior). Estes depósitos
encontram-se entre a plataforma de transgressão pliocénica e o
actual nível do mar.
Farol
Novo
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