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ÍNDICE

1 - Introdução
2 - Objectivos
3 - Área em estudo
4 - Enquadramento geológico
5 - Geomorfologia
6 - Aspectos hidrológicos
7 - Aspectos florísticos
8 - Aspectos faunísticos
9 - Tipos de impactes causados por indústria cimenteira

10 - Importância do Cabo Mondego
11 - Carta Geológica da região
12 - Paragens
13- Agradecimentos
   

OPÇÕES

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Roteiro geológico do Cabo Mondego


Paragem 1

"LAGE DAS AMONITES"

(Caloviano Médio - Jurássico Médio)

Na praia em frente à antiga Pedreira Norte.

10 MIN.

Esta laje é o limite entre o Batoniano e o Caloviano, os dois últimos andares do Jurássico Médio ou Dogger.
Observa-se neste local uma série constituída por calcários margosos e micríticos bioturbados que alternam com margas "xistentas" de cor cinzenta-azulada. Alguns níveis revelam-se muito fossilíferos com espécimes de amonites, belemenites, braquiópodes e lamelibrânquios, sendo também frequentes fósseis piritosos.
A sedimentação é monótona, repetitiva e característica de ambientes marinhos.
Desta paragem para as próximas vamos caminhar de ambientes marinhos para ambientes de transição e, por fim, continentais.


Amonite


Paragem 2

"PEDRA DA NAU"

(Caloviano Superior- Jurássico Médio)

Junto à escadaria que dá acesso à praia.

15 MIN.

A Pedra da Nau deve o seu nome à sua configuração se assemelhar a um barco encalhado que caracteriza a paisagem neste local.
Nesta área encontra-se uma série espessa (com aproximadamente 145 m) composta por calcários margosos e margas, apresentando fósseis de lamelibrânqios, braquiópodes e crinóides. No topo podem observar-se calcários pseudolíticos e gresosos com bancos ricos em polipeiros.  A presença destes fósseis poderá ser indicador de um ambiente marinho recifal.

A passagem ao Jurássico superior põe em evidência uma importante lacuna à qual se seguem significativos depósitos lacustres e lagunares que se intercalam com algumas bancadas de fácies marinhas litoral, correspondentes a três formações litostratigráficas (da base para o topo): "Complexo Carbonoso", "Calcários Hidráulicos" e "Camadas marinhas ricas em lamelibrânquios" (Bernardes, 1992).


Pedra da Nau


Calcários pseudolíticos e gresosos


Paragem 3

"COMPLEXO CARBONOSO"

(Oxfordiano Médio a Superior-Jurássico Superior)  

Na praia em frente à fábrica de cal.   

15 MIN.

O Complexo Carbonoso é formado por um conjunto de calcários margosos e margas de cor cinzenta a verde, massivas, debilmente laminadas com intercalações de leitos de lignitos. Na sua parte superior existem bancadas de calcários compactos de arenito vermelho -amarelado, onde se podem observar pegadas de dinossáurios carnívoros do género Megalossaurus.
Encontra-se , também ,neste local uma fauna que compreende, entre outros, bivalves e gastrópodes. Existem, igualmente, fragmentos fósseis de vegetais.


Margas existentas com intercalações de leitos de lignitos


Pegadas de Megalossaurus (contramolde)



Paragem 4

"CALCÁRIOS HIDRÁULICOS"

(Oxfordiano Médio a Superior- Jurássico Superior)      

Laje do Costado.

15 MIN.

Nesta formação podem ser observados calcários micríticos, algo margosos, cinzentos-escuros em bancadas espessas alternados com argilas lignitosas, sobrepostas por margas xistentas betuminosas e calcários compactos com fendas de dessecação e pegadas de sáurios carnívoros do género Megalossaurus. Estes fósseis apresentam-se erodidos, sendo em alguns casos, de difícil observação.
Os calcários margosos que fazem parte desta formação foram explorados conjuntamente com o Complexo Carbonoso para o fabrico da cal hidráulica (Pedreira Sul).
Estas duas formações foram agrupadas recentemente com a designação de Camadas de Vale Verde (Wilson, 1979; Wright, 1985; in Pinto, 1997).


Fendas de dessecação


Pegada de Megalossaurus


Paragem 5

 "CAMADAS RICAS EM LAMELIBRÂNQUIOS"

(Oxfordiano Médio a Superior- Jurássico Superior)

Junto ao miradouro da entrada da fábrica de cal.

10 MIN.

Nesta paragem é possível encontrar depósitos litorais que evidenciam episódios regressivos na parte superior, onde se intercalam bancadas de calcários ou calcários margosos ricos em gastrópodes, braquiópodes e principalmente lamelibrânquios.


Ostrea sp.


Lumachela de bivalves

 


Paragem 6

"ARENITOS DA BOA VIAGEM"

(Kimeridgiano a Titoniano- Jurássico Superior)

Em frente à antiga Associação Recreativa do Cabo Mondego.

20 MIN.

Este conjunto litológico é constituído por lutitos, arenitos vermelhos (arcósicos a sub-arcósicos, micáceos), por vezes conglomeráticos, com intercalações margo-gresosas. Podem também ser observadas algumas estruturas sedimentares como estratificação entrecruzada e em ventre, figura de carga (slumping) e marcas de ondulação (ripple marks).
Estas rochas poderão ter sido originadas num ambiente deltaico, onde se faziam sentir influências marinhas.
Neste local é possível ainda encontrar numerosos exemplares de gastrópodes (Turritella sp.). O aspecto caótico dos fósseis parece evidenciar que se  acumularam durante uma fase de alta energia, talvez uma tempestade.  Nas proximidades, podem igualmente observar-se registos fósseis de actividade animal (pistas).


Arenitos da Boa Viagem


Turritella sp.


Paragem 7

"ACIDENTE TECTÓNICO - FALHA INVERSA"

Junto ao cemitério de Quiaios.

10 MIN.

Esta falha inversa com eventual actividade quaternária limita o maciço, a Norte, e coloca em contacto terrenos margo-calcários do Liásico (Camadas de Coimbra) com areias eólicas quaternárias (Areias de Cantanhede).
Terá contribuído para o levantamento do bloco meridião e determinado as formas escarpadas da "escarpa da Bandeira" e "escarpa da Murtinheira".
Infere-se que esta falha se deve estender provavelmente desde a Ereira até ao litoral Norte do Cabo Mondego e prolonga-se para a plataforma continental, apresentando um traçado em arco, com uma orientação, aproximada, WNW-ESE. No sector ocidental da estrutura observa-se um pronunciado arqueamento, com a concavidade voltada para Sul, onde a sua direcção parece inflectir para ENE-WSW.
Esta falha inversa / cavalgante é visível num pequeno areeiro, junto ao cemitério de Quiaios e apresenta uma atitude média da ordem dos N75ºE, 72ºS.


Falha de Quiaios


Paragem 8

"MIRADOURO DA BANDEIRA"

(Batoniano - Jurássico Médio)

10 MIN.

O maciço da Serra da Boa Viagem apresenta-se assimétrico, ou seja, mais largo a Oeste e torna-se mais estreito para Este.
É de realçar, neste local, a "escarpa da Bandeira" em que há uma quebra morfológica da vertente setentrional da Serra da Boa Viagem.
Ao nível dos calcários margosos e margas ocorreu erosão diferencial, devido à erosão mais fácil destas que dos calcários, o que originou  o aspecto "de degraus" da escarpa.
Está em contacto com o areal Gandarês  (unidades arenosas recentes).


Miradouro da Bandeira


Paragem 9

"DOLINA DE CEDROS"

A 150 metros da capela de Santo Amaro

10 MIN.

Neste local pode observar-se uma das cerca de 140 dolinas existentes no cimo da Serra da Boa Viagem, que na sua maioria possuem forma de funil, resultantes de uma evolução rápida segundo a vertical.
A Dolina de Cedros é dissimétrica, encontrando-se parcialmente edificada sobre arenitos do Jurássico Superior. A sua origem e evolução é consequência da dissolução sofrida pelas espessas  camadas de calcários subjacentes, que permitiram o desenvolvimento de uma carsificação hipogea (abaixo da superfície), conduzindo à subsidência dos materiais superiores, que foram absorvidos, após a formação de algares e grutas.


Capela de Santo Amaro (Serra da Boa Viagem)


Paragem 10

"FAROL NOVO"

(Plistocénico - Quaternário)

Em frente ao Farol Novo.

10 MIN.

Os Depósitos de Praia do Farol são de natureza areno-conglomerática com seixos bem rolados, consolidados com cimento de natureza carbonatada, correspondentes a uma acumulação de praia. Através da existência destes depósitos é possível comprovar a ocorrência de episódios de avanços e recuos do nível do mar (fase regressiva que ocorreu a partir do Plistocénico Inferior). Estes depósitos encontram-se entre a plataforma de transgressão pliocénica e o actual nível do mar.


Farol Novo


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